“Nada é tão nosso quanto nossos sonhos.”
#08 Leia este texto com o seu maior sonho em mente.
Numa viagem de carro, enquanto voltávamos para casa, minha avó e a irmã dela começaram uma conversa, no mínimo, interessante. Peguei o diálogo na metade, mas creio que no momento crucial. Tentarei transcrevê-lo aqui:
— E por que eu não sonharia? Já não tenho muito dinheiro, e ainda querem tirar meus sonhos? Não, não, pois eu vou sonhar é bem muito. Já realizei tantas coisas que os outros duvidavam de mim — disse a minha tiaavó naquele tom meio afobado, que guarda uma opinião que nenhum cristão do mundo tiraria dela.
Nesse ínterim, minha avó falou:
— Eu deixei de sonhar. Sei que é difícil de acontecer, e talvez eu nem vá realizar.
— Pois eu jamais deixarei de fazer isso. Vou sonhar que moro num castelo e que irei viajar para o Canadá. Querer retirar meus sonhos de mim já é sacanagem!
Aquela conversa me deixou pensativa e me lembrei de uma frase que eu já tinha lido em algum lugar:
“Nada é tão nosso quanto nossos sonhos.” — Friedrich Nietzsche
Quantas vezes nós deixamos de sonhar? Quantas vezes pensamos que algo é difícil e beira o impossível? Apesar de não lhe conhecer, querido leitor, posso deduzir que foram muitas.
O que é um sonho?
Como quase todas as palavras da língua portuguesa, o substantivo “sonho” adquire diversos significados e interpretações. O que mais se adequa ao contexto são as seguintes definições:
Ideia veemente e apaixonada; anseio.
Ideias disparatadas e sem coerência; imaginação sem lógica; devaneio.
Desejo permanente, vivo e constante.
(Definições retiradas do site: https://www.dicio.com.br/sonho/)
Em síntese, um sonho é uma ideia que está no nosso imaginário. Por isso, ele se apresenta de forma ideal e sem defeitos, tornando-se um desejo constante dentro do nosso ser. Amanhecemos com aquilo em nossa mente e dormimos fantasiando com aquilo. Só que, por se aparentar com perfeição, pensamos que está muito distante, como se fosse um castelo de nuvens no céu. Com o tempo, ventos sopram e desmoronam esse castelo tão belo, e, antes de transformarmos esse sonho em uma meta e, posteriormente, em um objetivo, nos deparamos com pensamentos negativos, pitacos de pessoas próximas e uma desilusão de que esse anseio terá que ficar para a próxima vida, pois, nesta, não é possível “sonhar alto demais”.
Sonhar faz parte de nós
Como Friedrich Nietzsche disse: “Nada é tão nosso quanto nossos sonhos.” É intrínseco a nós, humanos, sonhar e realizar. Se não fossem os sonhos, não teríamos grandes invenções, como o avião, o celular, entre outras. Obviamente, nem todos os sonhos irão se realizar, mas sonhar não custa nada. Ainda não inventaram um imposto que cobre por nossos sonhos.
O que difere de um sonho realizado ou não é colocá-lo em ação. É como se quisermos ficar ricos e esperar que o dinheiro caia do céu. Se não fizermos nada, não iremos realizar nossos sonhos. Muitas pessoas nem sequer tentam, desistem antes de colocar em prática. Existem muitos fatores por trás disso, como o nosso pessimismo e o desencorajamento de pessoas próximas.
Não quero propagar aqui aquele positivismo cego de “Basta querer, vai dar tudo certo!”, porque a vida não é assim. No entanto, uma dose (moderada) desse pensamento nos empurra, nos dá um gás e nos impele ao nosso objetivo/desejo.
Os obstáculos de sonhar
Imagine o seguinte: você está numa corrida. Já sabe o percurso e o prêmio que receberá ao passar pela linha de chegada, mas, no meio do caminho, você percebe uma série de obstáculos que não sabia que teria, pois pensava que era apenas correr.
É mais ou menos isso é o que ocorre quando colocamos os sonhos em prática. No pensamento, tudo é mil maravilhas, é só nos esforçarmos um pouquinho e dará certo. A realidade é bem diferente: há muitos obstáculos e desafios, e nos questionamos constantemente se vale a pena. Dá vontade de se jogar no chão, desistir e chorar até desidratar. É difícil, é solitário, é complicado, mas…
Vale a pena?
Esse é o ponto crucial. É aquela encruzilhada que divide a nossa vida em antes e depois. Essa simples pergunta “Vale a pena?” estremece os nervos e arrepia os cabelos de qualquer um.
É difícil de responder, porque é algo muito pessoal e nem sempre há uma resposta correta.
Toda vez que essa pergunta está na minha cabeça, eu penso o seguinte: “Se for para mudar a situação em que me encontro, se for para orgulhar a minha versão criança que criou esse sonho e se for algo que é um desejo, um anseio que já faz parte de mim, então vale a pena.”
Após isso, vem à minha mente aquela imagem imaculada dos sonhos de criança, aquele castelo de nuvens, e sinto que dará certo. Deixo-me ser consumida pelo sonho para enfrentar a realidade.
Sonho realizado
Confesso que ainda não cheguei nessa parte…
Mas imagino constantemente, antes de dormir, até cair no sono.
Acho que, quando eu chegar no topo da montanha, ficarei orgulhosa daqueles dias em que não desisti, em que persisti, mesmo cansada e com vontade de jogar tudo para o ar.
No final de tudo, falarei em voz alta, com um sorriso no rosto e o coração palpitando de cima daquela montanha, na qual o caminho é pedregoso: “Vale a pena sonhar!”
Até a próxima!
Ass: Adrielli Barbosa
Observações:
Me segurei muito durante o texto para não escrever a seguinte frase:
“Vale a pena? Não vale só a pena, vale a galinha inteira.”
Por se parecer muito com aquelas frases de tiozão em festa de Natal, preferi poupar-lhes dessa vergonha alheia.
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